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quarta-feira, 5 de março de 2014

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO


São aqueles que, sem serem indispensáveis para o entendimento do enunciado, deixam mais preciso o significado de um nome ou um verbo. São eles o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.

•• Adjunto adnominal ••

As manchetes de jornais são títulos de notícias formados por frases diretas e objetivas. O objetivo do não detalhamento dessas frases é suscitar no leitor o desejo de ler a notícia completa no interior do jornal.
    Ladrão invade casa de milionário em bairro nobre. Os termos destacados nessa manchete “de milionário”
e “nobre” caracterizam os substantivos a que se referem – “casa” e “bairro”. São respectivamente, na morfologia, locução adjetiva e adjetivo. Na sintaxe são denominados adjunto adnominais .
17 pessoas morrem por falta de UTI. (Folha de São Paulo, 2003)
O numeral 17, que acompanha o substantivo “pessoas”, também, sintaticamente, recebe o nome de adjunto
adnominal .
Faça já a sua escolha!
A, artigo, e sua , pronome adjetivo, acompanham o nome escolha ; são, portanto, adjuntos adnominais . Adjunto adnominal é o termo que se refere ao substantivo e o especifica. Veja outros exemplos pelos quais ele pode vir expresso:
a) um adjetivo.
Exemplo:
As meninas loiras cantavam no imenso jardim.
b) uma locução adjetiva.
Exemplo:
Sons de passos deixaram todos assustados.
c) um artigo definido ou indefinido.
Exemplos:
Ele encheu o cesto de papéis.
Uma cesta foi abandonada na porta.
d) um pronome adjetivo.
Exemplo:
A mulher que se acidentou era a nossa vizinha.
e) um numeral.
Exemplo:
Quinze mortos foi o resultado do confronto.
f) uma oração adjetiva.
Exemplo:
Ele gostava de ver as crianças que corriam pela rua.
Atenção: O mesmo substantivo pode ter mais de um adjunto adnominal.
 Veja este exemplo: A triste figura de um velho cavaleiro andante .

•• Adjunto adverbial ••

É o termo que modifica o verbo, o adjetivo ou o advérbio.
Pode vir representado por:
a) advérbio.
Exemplo:
A tarefa foi feita rapidamente.
b) locução ou expressão adverbial.
Exemplo:
O ladrão surgiu de repente.
c) oração adverbial.
Exemplo:
Quando faz sol, vou à praia.
São muitos os tipos de adjuntos adverbiais, dependendo do contexto em que aparecem. Conheça os mais comuns:
a) de causa.
Exemplos:
Cantei de feliz que estava.
As árvores pareciam balançar de alegria.
b) de companhia.
Exemplos:
Martin foi com eles para a rua.
Levou consigo todos os seus pertences.
c) de dúvida.
Exemplos:
Acaso você veio para me aborrecer?
Talvez a dor haja passado.
d) de fim.
Exemplos:
Contei-lhe a história para que tudo ficasse esclarecido.
Eram unha e carne para tudo na vida.
e) de instrumento.
Exemplos:
Preparou o bolo com a colher de pau.
Tocou o gato pra fora a pontapés.
f) de intensidade.
Exemplos:
Come muito, mas não engorda.
Quem fala pouco pensa muito.
g) de lugar.
Exemplos:
Os mendigos vivem nas ruas. (onde)
Ontem fomos ao cinema. (aonde)
Quando chegamos do cinema, ele estava dormindo. (donde)
Vou para o Rio de Janeiro. (para onde)
Entrei por um corredor escuro. (por onde)
h) de matéria.
Exemplos:
Eu sou feita de carne e osso.
Comprei um casaco de pele.
i) de meio.
Exemplos:
Voltamos de avião do Rio de Janeiro.
Fui a pé até a faculdade.
j) de modo.
Exemplos:
Eles queriam que os tratasse com diplomacia.
Andava por aí, sem destino.
k) de negação.
Exemplos:
Não me disse nada sobre o assunto.
Não vá embora!
l) de tempo.
Exemplos:
Ontem meu pai veio visitar-me.
Vamos esta noite ao cinema.
•• Aposto ••

A história do petróleo no Brasil

Monteiro Lobato, um dos precursores da exploração de petróleo no país, poderia contar a história em um capítulo do
Sítio do Pica-Pau Amarelo. Você sabe por quê? Porque foi o escritor Monteiro Lobato, em 1931, quem fundou a Companhia de Petróleo do Brasil, passando, depois, a se dedicar a uma campanha para extração do produto.
No ano de 1939 é criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que nacionaliza os bens do subsolo, e é feita a primeira descoberta do produto, na localidade de Lobato (BA). (Época, jun. 1999, adaptado)
O termo grifado um dos precursores da exploração de petróleo no país refere-se ao substantivo Monteiro Lobato
explicando-o. Trata-se de aposto. Dessa forma, aposto é o termo que define ou explica um substantivo, um pronome ou palavra equivalente.

Exemplos:
Nós, os alunos, queremos aprender.
Maria José, minha mãe, nasceu em Minas.

Em geral, como nos exemplos acima, o aposto vem separado por vírgula, dois-pontos, travessão ou parênteses.
No entanto pode não haver pausa entre ele e a palavra principal, quando esta é um termo genérico que está sendo
especificado pelo aposto. Nesse caso recebe o nome de aposto de especificação.
Exemplos:
O livro de português.
A rainha da Inglaterra.
A cidade de Campinas.
O escritor Machado de Assis.
O aposto pode também:
a) ser representado por uma oração.
Exemplo:
Naquele momento, foi instintivo: saí gritando!
b) referir-se a uma oração inteira.
Exemplo:
A porta estava aberta, sinal de que alguém havia entrado.
c) indicar enumeração.
Exemplo:
Tudo no jardim era lindo: as cores, as formas e o perfume
das flores.
O aposto tem o mesmo valor sintático do termo a que se refere. Portanto, pode haver:
a) aposto no sujeito.
Exemplo:
Eles haviam chegado, Pedro e Martin, para o almoço.
b) aposto no predicativo.
Exemplo:
Ele era Zapata, o homem das mil faces.
c) aposto no complemento nominal.
Exemplo:
D. Quixote confiava em seu parceiro, Sancho Pança, e foi
em frente.
d) aposto no objeto direto.
Exemplo:
Odiava duas coisas na escola: os gritos e os livros.
e) aposto no objeto indireto.
Exemplo:
Encontrou-se com alguém que não via fazia anos, o primeiro
namorado.
f) aposto no agente da passiva.
Exemplo:
O nosso time, o Santos, foi derrotado pelo time adversário,
o Bahia.
g) aposto no adjunto adverbial.
Exemplo:
Meu pai chegou à hora de sempre, três da manhã.
h) aposto no aposto.
Exemplo:
Lá conheci Angel, que vive em Sabadell, cidade próxima
a Barcelona, marido de Tânia.
i) aposto no vocativo.
Exemplo:
Martin, filho querido, você é o grande amor da minha vida!


•• Vocativo ••

É o termo de entoação exclamativa que serve apenas para invocar, chamar ou nomear uma pessoa ou objeto personificado.

Exemplo:
Tudo por vós, meu rei!
O vocativo pode:
a) não estar subordinado a qualquer termo da oração.
Exemplo:
Não suporto mais, meu Deus!
b) estar subordinado a algum termo da oração.
Exemplo:
Meu amigo, que nobres são teus sentimentos!

Atenção: Não se deve confundir o vocativo com o substantivo
que constitui por si mesmo o predicado em frases exclamativas.
Veja:
Coragem! (= Tenha coragem!),

Silêncio! (= Faça silêncio!)

terça-feira, 4 de março de 2014

CONJUNÇÕES


Em se tratando das funções estabelecidas pela diversidade de elementos que compõem as classes gramaticais, há algumas semelhantes entre si. Estamos referindo-nos ao caso das preposições e conjunções, visto que ambas têm por finalidade ligar os termos dentre um enunciado linguístico, conferindo-lhe precisão e clareza.

Para que possamos veementemente compreender acerca desta prerrogativa, analisemos os casos abaixo relacionados:

Apenas gostaria que tivesse paciência e compreensão.

Não pude comparecer ao trabalho, mas apresentei a devida justificativa.

Estudaríamos bastante, se tivéssemos tempo.

Atendo-nos a uma análise discursiva destes, constatamos que no primeiro exemplo o termo destacado fez a junção entre as palavras “paciência” e “compreensão”. Outro aspecto de notória relevância é que as orações por ele ligadas possuem por si só um sentido completo, ou seja, são dotadas de todos os requisitos necessários à compreensão por parte do interlocutor, mesmo que desdobradas. De forma semelhante temos o segundo exemplo, no qual o “mas” apenas as conectou, pois também são sintaticamente independentes. Diante de tal ocorrência linguística, deparamo-nos com as denominadas conjunções coordenativas.

Já no terceiro exemplo, identificamos que a palavra em evidência também fez a conexão entre duas orações, contudo, dependentes entre si. Identificamos que a segunda necessita da primeira no que se refere à noção de sentido. Aspecto que lhes confere a condição de subordinadas – dada esta mútua dependência.

Partindo desses pressupostos, interagir-nos-emos com as respectivas características que norteiam ambas as modalidades. Vejamo-las:


Conjunções Coordenativas
Classificação

Conjunções
Exemplos:
Aditivas
e, nem, mas também,
Como também, bem
Como, etc.
Pedro é educado e gentil.
Adversativas
mas, porém, todavia,
Contudo, entretanto, no entanto, etc.
Não se esforçou muito, porém obteve um bom resultado.
Alternativas
ou... ou; ora... ora;
quer... quer; já... já; etc.
Ou você estuda, ou você trabalha.
Conclusivas
logo, portanto, por isso, assim, por conseguinte, etc.
Possui um bom histórico profissional, logo não ficarás desempregado
Explicativas
Que, porque, porquanto, pois, etc.
Não compareci à festa porque não fui convidada.


Conjunções subordinativas

As orações subordinadas, como já expresso, caracterizam-se pela relação de dependência que a subordinada estabelece com a oração principal. São classificadas em substantivas, adjetivas e adverbiais.

As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, as quais exercem a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto e predicativo.

Ex: Não sabemos se ela realmente virá.
Oração subordinada substantiva objetiva direta (exercendo a função de objeto direto)

As conjunções subordinativas introduzem orações subordinadas adverbiais, exprimindo, portanto, várias circunstâncias relacionadas ao advérbio. Analisemos, pois, como são classificadas:

Conjunções subordinativas
Classificação

Conjunções
Exemplos:
Causais
porque, uma vez que, sendo que, visto que, como, etc.
Como estava frio, resolvemos adiar o passeio.
Consecutivas
que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), sem que, de modo que, de forma que, etc.
Tamanho foi o mal desempenho do rapaz que a empresa optou por não contratá-lo.
Comparativas
como, tal qual, que ou do que, assim como, mais... que, menos... que, etc.
A menina era delicada como uma flor.
Conformativas
conforme, segundo, consoante, assim como, etc.
Conforme o combinado, entregamos a pesquisa para o professor.
Concessivas
mesmo que, por mais que, ainda que, se bem que, embora, etc.
Embora gostasse muito dele, resolvi terminar a relação.
Condicionais
se, caso, contanto que, a menos que, sem que, salvo se, etc.
Terá seu dia cortado, a menos que apresente justificativa.
Proporcionais
à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos, etc.
Quanto mais agir desta maneira, mais será excluído pelo grupo.
Finais
a fim de que, para que, etc.
Estudo bastante, a fim de que possa construir meu futuro.
Temporais
quando, enquanto, sempre que, logo que, depois que, etc.
Quando chegar de viagem, avise-me.